quinta-feira, 28 de julho de 2011

HISTÓRIA DO PAPEL RECICLADO - receita em vídeo


                     História do Papel Reciclado

O homem da antiguidade utilizava a madeira, o metal e a pedra para os seus escritos. Assim foram feitos os primeiros livros. Como esses materiais apresentavam muitos inconvenientes, devemos aos egípcios uma feliz invenção – o papiro.O termo designa tanto o vegetal como a própria folha, macia e maleável, obtida a partir das películas membranosas extraídas do caule da planta.
Para se fazer o papiro, corta-se o miolo do talo em laminas bem finas, depois de secas em um pano, são mergulhadas em água com vinagre onde permaneceram por seis dias para eliminar o açúcar. Novamente secas as lâminas são dispostas em fileiras horizontais e verticais, umas sobre as outras. Esse material é colocado ente dois pedaços de tecido de algodão e vai para uma prensa por seis dias. Com o peso as laminas finas se misturam e formam o pedaço de papel amarelado, pronto para ser usado.

O papiro espalhou-se pelo mundo antigo sendo usado até o século XI, embora os mesmo egípcios tenham novamente inovado, trezentos anos antes de Cristo, inventando o pergaminho, resultado de um tratamento especial dado à pele de animais como carneiro e cabra.

A indústria e o comercio do livro se expandiu, primeiro sob a forma de um rolo – o “volumen”, depois com as folhas chatas, tal qual o conhecemos hoje, chamado de “codex”.

Aos chineses é dada a invenção do papel, cerca de dois séculos a.C. Tratava-se de uma pasta feita com seda, o que encarecia muito. Para barateá-la, a partir de 105 a.C., foram utilizados fibras de cascas de árvores, extremidades de cânhamo, farrapos de algodão e redes de pesca rasgadas. O uso do papel vulgarizou-se, a partir de então; e o papel era conhecido entre o povo como “papel Tsai Lun”.

Foram os árabes que aprenderam os segredos da fabricação do papel, nos meados do século VIII, após conquistarem regiões onde se dava sua fabricação. Na Europa, os moinhos de pasta de papel começaram a funcionar no século XII, na Espanha mulçumana.

No Brasil a primeira fabrica de papel começou a funcionar no século XIX, entre 1809 e 1810, no Rio de Janeiro, construída por Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva, industriais portugueses transferidos para o Brasil.


No século XX, na década de 80, como reação política, cultural e ideológica, houve uma retomada do papel artesanal, época em que Marlene Trindade, professora da UFMG, criou o primeiro atelier experimental de papel feito à mão, na Escola de Belas Artes, institucionalizando assim o estudo do papel artesanal em Minas Gerais. Com a divulgação através de cursos nos Festivas de Inverno e na Comunidade do bairro Lindéa, vários artistas mineiros iniciaram a sua produção de papel artesanal, tornando Minas Gerais um grande centro de pesquisas de papel artesanal.
fonte: http://www.depapelreciclado.com.br/papel_reciclado_historia.html

Reciclagem de papel com Jetro Menezes:

PARTE I -


http://www.youtube.com/watch?v=nLaF1uVJx78&feature=player_embedded

PARTE II -


http://www.youtube.com/watch?v=yyLfHByG5E4&feature=related

terça-feira, 26 de julho de 2011

ENTRE NÓS com Maria Emília


AMIGO É CASA
*Maria Emília Bottini

Tive uma colega de faculdade de Psicologia que tornou-se amiga do meu coração, amiga admirável, conforme lembro a letra da música: Amigo é casa (ela foi minha casa colorida, cheia de vida, de entusiasmo, de amor ao próximo e a si mesma, meu jardim florido, minha varanda para o nascer do sol, ela foi...).

Muitos foram os momentos de vida partilhados com ela, momentos lindos e felizes e outros nem tanto, muitas trocas de carinho, de conhecimento, de respeito, de espaço, de energia que partilhávamos nos reunindo por longos anos com outras duas amigas.

No ano de 2005, comentou que faria alguns exames, pois não se sentia muito bem. Ela me contou que estava com câncer nos ossos no estágio quatro, sendo o último estágio o quinto. Que dor esta notícia me causou! Fiquei perplexa ao saber que seu estágio era terminal.

Em que estágio eu estava? Em que estágio você está? Em que estágio nós estamos?

Minha amiga passou trabalho com suas dores e dificuldades, mas enfrentou tudo isso de forma admirável. Não sei se faria o mesmo em seu lugar. Certo dia, fui em sua casa para ler a ela o livro Adivinha quanto eu te amo , então disse a ela o quanto a amava, a questionei como enfrentava dessa forma a finitude e na sua sapiência me disse: “Tem que ser assim, senão tudo o que li e fiz não valeu de nada.” Ela se referia às obras de psicologia, mas era para além desse conhecimento material de onde vinha sua força, sua garra, sua vida. Era para a ordem do que não podemos tocar ou ver, que é a fé, pautada na espiritualidade e não em uma religião.

Enfrentou longos quatro anos: ninguém acreditaria, nem seu oncologista, numa sobrevida tão longa e cheia de vida. Nunca a vi desleixada, abatida, queixar-se de uma dor sequer, nunca ouvi um ai, uma revolta, uma raiva. Neste período, preparou a todos para a despedida, dizia para seus filhos que não queria ficar em cadeiras de rodas ou sendo cuidada por alguém, que antes disso acontecer, deveria partir.

Lembro dela me mostrando suas radiografias em que havia pontos de câncer em todos os seus ossos e que, ao fechar o sutiã ou mesmo ao erguer os braços, poderia romper um deles e a dor seria infinitamente horrível.

Estive no hospital quando de sua última internação e lhe comuniquei que iria fazer Mestrado em Educação, um de meus sonhos. Ela chorou, eu chorei, disse a ela que não queria vê-la chorar, mas ela me disse: “Não estou chorando porque estou triste, choro por sua felicidade”. Pelas condições em que a vi, sabia que não nos encontraríamos mais. Chorei nos longos corredores daquele hospital.

Faleceu em setembro de 2008, após uma entrega para a morte, para o fim. Lembro de, naquela manhã, a caminho da aula, ao olhar pela janela, vislumbrei um lindo nascer do sol e, ao olhá-lo, pensei: “Ela foi ao encontro da luz, de uma intensa luz, porque era um dos melhores exemplares de ser humano que tive a oportunidade de conviver e conhecer, sinto sua falta, uma imensa saudade.” Mas bem que os poetas dizem que a saudade é o amor que fica.

Estive em seu velório: seu caixão estava fechado e havia nele fotos de sua vida com amigos, com familiares, em festas, dançando, vivendo. Não velamos seu corpo morto, mas sim sua vida vivida. Seu desejo era que nos lembrássemos de seu corpo com as marcas de vida e não da morte, não da imagem de um corpo cansado e maltratado por um câncer nos ossos.

Seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas numa região da Serra Gaúcha (RS), sob um ipê roxo que tanto amava.

Você tem amigos? Eles sabem que são seus amigos?

Você já disse que os ama?

Diga a eles pelo menos uma vez que os ama, antes que seja tarde demais e eles já não consigam lhe ouvir.

Dedico este texto a todos meus amigos: os de perto e os de longe, os recentes e os mais antigos.

Referências
CAPIBA, B. L. D. F.; CARVALHO, H. B. (composição). Amigo é casa. In: Amigo é casa ao vivo. Simone Bittencourt & Zelia Duncan, Biscoito Fino, 2008.
MCBRATNEY, S. Adivinha quanto eu te amo. Martins Fontes, 2002

*Maria Emília - Psicóloga, Terapeuta Comunitária e Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Aluna especial do Programa de Pós-Graduação do Doutorado em Educação pela Universidade de Brasília (UNB), Email: emilia.bottini@gmail.com

quinta-feira, 21 de julho de 2011

FELTRAGEM - técnica com Claudy Jongstra


"Claudy Jongstra, é holandesa e se formou em Moda pela Hogeschool voor de Kunsten. Quando viu um tecido de uma tenda Mongol num museu em Amsterdam, ficou apaixonada pela técnica de feltragem e focou suas experimentações com lã mesclando-a com fibras de seda. Ela já trabalhou para designers como John Galliano, Donna Karen e Christian Lacroix.
Sua rotina de trabalho consiste em ordenar ovelhas, tingir a lã (em parceria a Marjo Moeyes que estudou e documentou o processo de tingimento natural na Tailândia durante seis anos) e desenvolver os tecidos até o produto final que pode ser desde uma roupa até um quadro. Isso mesmo: ela é fazendeira, possui 150 ovelhas e faz design.
Pois é, pelo visto o novo luxo é mesmo ser simples. Um simples que inclui voltar ao campo e dominar todo o processo de produção, criação e desenvolvimento de qualquer produto. Um simples que até mesmo as japonesas mais modernas querem voltar a usar tecidos rústicos, naturais, abusar das peles, dos crochês e valorizar tudo que é do campo."



http://www.youtube.com/watch?v=Z2yuRBqq7Ho&feature=player_embedded#at=162

quarta-feira, 20 de julho de 2011

CORANTES CASEIROS de plantas


O custo e a dificuldade em se obter corantes sintéticos às vezes faz com que seja impossível usá-los para o tingimento regular de tecidos. Se corantes sintéticos estiverem disponíveis, o seu uso é recomendado pois dão resultados bons e permanentes. No entanto, se os corantes sintéticos não estão disponíveis, é possível se usar corantes caseiros de plantas. Pode-se tingir fibras naturais como o algodão e a lã com corantes caseiros.

Há uma variedade de plantas que podem ser usadas para se produzir corantes vegetais. Podemos sugerir algumas plantas bem conhecidas em muitos países. No entanto, cada área terá as suas próprias plantas que podem ser usadas para se preparar os corantes. Peça o conselho de pessoas mais idosas. Experimente e teste plantas diferentes. Partes diferentes das plantas são usadas para se preparar corantes – por exemplo, as folhas, a casca de frutas, a casca de árvores, as raízes ou a madeira. Quando colher plantas para a preparação de corantes, colha sementes para plantar para que mais plantas cresçam. Se você cortar a casca, nunca corte muito de uma vez ou a árvore poderá morrer. Líquens são plantas pequenas que crescem em rochas. Há muitas cores de líquens e eles são muito bons para se preparar corantes.

Grandes quantidades de produtos vegetais são necessários para se produzir estes corantes. Os corantes naturais são portanto, raramente úteis em uma escala comercial. No entanto, para uso caseiro ou por grupos de mulheres, eles podem ser úteis. Lã e seda são relativamente fáceis de serem tingidas. O algodão, no entanto, é muito mais difícil. Devido ao algodão ser o material mais comum que as pessoas querem tingir, vamos apenas considerar receitas para corantes de algodão neste artigo.

As quantidades seguintes serão suficientes para tingir 0.5 kg de material seco de algodão. Isto equivale a duas ou três medidas de tecido de algodão (khangas, kitenges) ou de três a quatro camisetas. Você necessitará de pelos menos duas panelas grandes que você não planeja usar para se cozinhar comida e um fogão ou forno para esquentar o conteúdo das panelas.

Assim como corantes naturais, tente comprar permanganato de potássio na farmácia e use-o como um corante para obter uma cor roxa escura.

Lavagem

Coloque o algodão em água fervente, adicionando sabão em pó e duas ou três colheres de mesa de soda para lavagem. Ferva durante uma hora e então deixe de molho durante 24 horas antes de enxaguar bem o algodão.

Uso de mordentes

Os mordentes preparam as fibras de algodão e as ajudam a absorver melhor o corante. É possível tingir sem usar mordentes – algumas poucas plantas não precisam de mordentes. Mas o uso de mordentes geralmente produzirá cores melhores, mais vívidas e mais permanentes. Muitos produtos químicos podem ser usados como mordentes, dos quais a maioria são muito tóxicos. Antes de colocar a lã ou o tecido no corante, você deve colocá-lo de molho em um mordente. Os mordentes mais comuns são o alume, sulfato de cobre, dicromato de potássio, sulfato ferroso e tanino. A maioria destes produtos podem ser comprados em lojas de ferragens ou drogarias. Frequentemente dois mordentes são misturados para se conseguir melhores resultados. Na próxima página apresentamos quatro receitas de mordentes.

Mordentes diferentes produzirão cores diferentes do mesmo corante. Você pode também experimentar e ver que resultados obtém. O mordente de alume normalmente dá os melhores resultados pois é barato, confiável e produz cores vívidas. O sal, vinagre e cinzas de madeira podem também ser usados como mordentes se outros produtos não estiverem disponíveis.


Produtos vegetais

Colha as flores, folhas, raízes, cascas, frutos e líquens que você planeja usar. Aproximadamente 500 g de material de plantas é necessário. Isto é o suficiente em folhas, flores, etc para encher metade de um balde de 20 litros. Se necessita menos se você usar madeira ou cascas como fonte de corantes. Ferva o material vegetal com 10 litros de água (metade de um balde do mesmo tamanho) durante aproximadamente uma hora até que o corante fique com uma cor escura. (Anil e sorgo não precisam ser fervidos.) A seguir, retire o material vegetal. Pode-se então tingir o algodão.

O diagrama ao lado traz uma lista de algumas plantas que são úteis como corantes. Há muitas outras que podem ser usadas. Procuramos escolher as que são mais comumente conhecidas. Use materiais de plantas que são facilmente encontradas. A casca de cebola pode ser guardada por algum tempo. Se você estiver processando mangas para serem dessecadas (veja a página 4), você teria uma fonte pronta de material.

Enxague com água limpa para retirar o mordente. A seguir, adicione o material molhado ao corante quente. Traga o corante a uma temperatura quase fervente e deixe a mistura assim por algum tempo mas não a deixe ferver. Misture o material gentilmente para que o tingimento seja feito por igual. Mantenha o material mergulhado no corante durante pelo menos meia hora – dependendo de quão forte você quiser que a cor seja. Retire o material e enxague-o várias vezes até a água ficar clara. Lave o material mais uma vez com sabão e em seguida o enxague e seque.

Tingimento com anil

O anil é muito conhecido na África Ocidental como um corante azul escuro e forte. As plantas podem ser cultivadas especialmente para tingimento apesar de que em muitos países elas crescem de maneira selvagem. O anil não precisa de mordentes, produtos químicos ou de ser fervido – ao invés, o seu estômago é que precisa ser forte!

O anil é extraído de folhas frescas que são colocadas de molho em urina fermentada. Coloque 5 litros de urina em um pote. Cubra-o com uma tampa firme e coloque-o em um local aquecido para fermentar por seis semanas. A seguir, triture aproximadamente 1 kg de folhas frescas de anil e adicione isto ao pote, misturando bem com uma vara. Deixe o líquido assim por 3–4 dias. Adicione 0.5 kg de algodão limpo e húmido e misture com cuidado. Quanto mais tempo o algodão for deixado no pote, mais forte a cor se tornará. Retire o algodão depois de aproximadamente uma hora e escoe o líquido com cuidado. Se você desejar um azul mais escuro, coloque o algodão de volta no pote. Quando você retirar o algodão do pote, ele terá um odor muito desagradável e deve ser lavado e enxugado várias vezes, até que o odor desapareça.

Experimente:

Anil, um legume que dá uma coloração azul – se você conseguir suportar o cheiro no seu processamento.


Você pode usar o anil com o algodão já tingido em uma outra cor para produzir tonalidades diferentes. Por exemplo, tonalidades de verde podem ser produzidas em algodão amarelo e tonalidades de roxo em algodão tingido de rosa ou vermelho.

Anil, um legume que dá uma coloração azul – se você conseguir suportar o cheiro no seu processamento.
Cada vez que você tingir tecidos, faça anotações detalhadas sobre tudo que foi feito. As cores podem variar, dependendo da idade das árvores e raízes usadas. Experimente variar a quantidade ou o tipo dos mordentes, variar a quantidade de corante usado e o período de tempo em que o tecido fica mergulhado no corante. Descubra o que funciona melhor em sua situação com os materiais de que você dispõe.

Tingimento de tecidos

Uma vez que você tenha aprendido a fabricar bons corantes de plantas, não páre de fazer experiências! Tente então fazer desenhos ou figuras no tecido. Com uma técnica muito simples de se amarrar e tingir o tecido, se conseguem muitos resultados diferentes. Antes de se tingir tecidos brancos ou creme, simplesmente junte e amarre o tecido com um barbante antes de se fazer o tingimento. Onde o tecido estiver amarrado, o corante não passará tão facilmente, produzindo desenhos bonitos. Pode-se amarrar o tecido em uma variedade de maneiras – como uma bola não muito compacta, em tiras compridas com o uso de barbante ou elástico bem apertado e nós – ou tente fazer pregas no tecido antes de amarrá-lo, para se conseguir um desenho semelhante em todo o tecido. Pode-se usar este método com uma cor e depois amarrar o tecido de maneiras diferentes e tingi-lo com uma outra cor.

Este método funciona melhor com corantes sintéticos e com corantes que não necessitam que o tecido passe por um processo de fervura e fique de molho pois o corante se infiltraria vagarosamente nas áreas do tecido que foram amarradas. Se você usar este método com corantes naturais, você deve amarrar o tecido bem firme.

Com agradecimentos à Rosie Malcolm, EFZ, Zimbabue e Martin Hardingham, Técnico em Têxteis da ITDG no Reino Unido, pela ajuda em preparar este artigo. Apreciaríamos receber cartas de nossos leitores que poderiam compartir suas experiências com corantes naturais de plantas.


Alguns corantes úteis de plantas

Material da planta - Mordente - Cor

Folhas de eucalipto (goma azul) - alume - amarelo

Folhas de eucalipto (goma azul) - casca de eucalipto e sulfato de cobre - verde/marrom

Cascas de grenadilha (maracujá) - alume ou cromo - marrom

Cebola (casca marrom externa sem uso) - alume ou creme de tártaro - amarelo

Cascas de nozes (frescas ou secas) - não é necessário - marrom escuro

Anil (um vegetal) - não é necessário - azul escuro

Cascas de soja preta - não é necessário - violeta-marrom

Grãos de soja preta - água ferrosa - cinza prateado

Cascas vermelhas de amendoim - casca de eucalipto e sulfato de cobre -vermelho/marrom

Cascas de manga e caroços ou folhas - casca de eucalipto e alume -amarelo

Cascas de manga e caroços - casca de eucalipto e sulfato de cobre - marrom/laranja

Cascas de milho (variedade vermelha) - não é necessário - púrpura

Sorgo vermelho (folhas bem amassadas) - suco de limão e cinza de vegetais - vermelho


Receitas de mordentes

MORDENTE DE ALUME: Adicione uma xícara de chá de alume e, se disponível, 2 colheres de mesa razas de creme de tártaro em 5 litros de água (um quarto de um balde grande). Dissolva os produtos químicos em água morna e deixe o algodão de molho por 24 horas.

MORDENTE DE TANINO: Pó de tanino pode ser comprado mas você pode também usar cascas de árvores que contenham uma grande quantidade de tanino. Use 2 colheres de mesa cheias do pó ou 500 g de casca da acácia africana ou de eucalipto ou da árvore mimosa espinhosa. Ferva isto em 5 litros de água e deixe o algodão de molho por 24 horas.

MORDENTE DE SULFATO DE COBRE: Misture 500 g de casca de eucalipto com uma colher de chá cheia de sulfato de cobre. Ferva também em 5 litros de água e deixe o algodão de molho por 24 horas.

MORDENTES DE METAL: Pode-se fazer mordentes de ferro, cromo ou estanho fervendo-se alguns destes metais em água. Para se fazer mordentes de ferro, por exemplo, ferva 5 litros de água com 2 xícaras de vinagre e uma xícara de pregos enferrujados por uma hora. Deixe descansar por 24 horas e então separe a água. Esta água é o mordente.

AMIGOS PARA SEMPRE!!!!!


"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."
Cora Coralina

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ENTRE NÓS com Maria Emília

                                 

Um filme para pensar a vida.
* Maria Emília Bottini

O cinema é uma das grandes contribuições da arte e da ciência para a humanidade. É uma forma eloquente de contar histórias e resgatar a magia dos contadores que por vezes ainda adormecem em nós. O filme japonês A Partida (no original Okuribito, 2008) é um belo exemplo disso. É envolvente, mesmo que o tema seja tudo aquilo que não se deseja ouvir e muito menos se preparar. Morrer é fato inquestionável, mas constantemente negado. É uma experiência única, pessoal e intransferível. Passa-se a vida escondendo a doença, a decrepitude e a decadência, especialmente da vida das crianças. As religiões quase sempre tratam o assunto de uma forma muito reduzida, semeando ideias de medo e de castigo eterno. Morre-se um pouco a cada dia. Talvez seja sábia a máxima que afirma: deve-se viver cada dia como se fosse o derradeiro.

O filme narra alguns episódios da vida de Daigo Kobayashi, um violoncelista frustrado da orquestra de Tóquio. Quando a orquestra encerra suas atividades por falta de público, ele e sua esposa, Mika, retornam a sua cidade natal e passam a morar na casa deixada pela mãe, que morreu há dois anos. A cidade traz para Daigo lembranças amargas, especialmente, a dor pelo abandono do pai na infância, de quem nunca mais soube.

Encontra no jornal uma oferta de emprego em uma agência de viagens. Contudo, ele constata se tratar de serviço para “viagens derradeiras”. A contragosto, aceita o emprego ritualístico de “nõkanshi”, um especialista em acondicionar e purificar os mortos para a derradeira viagem. Revela-se espantosamente apto nesta arte, expressando delicadeza e respeito admiráveis. Ele esconde isto de sua mulher, Mika, por crer que é um trabalho vergonhoso e pouco aceito socialmente. Ao negar o trabalho, nega a dificuldade de aceitação da finitude da vida. O relacionamento mal resolvido com o pai ressurge de forma decisiva ao se defrontar cotidianamente com a morte.

O filme aborda a dicotomia da sociedade japonesa que se moderniza e se ocidentaliza ao mesmo tempo que tenta manter alguns traços da sua própria cultura. Com o passar do tempo, Daigo busca compreender a morte para além do trabalho. Contudo, sua esposa descobre e o repele por considerar um trabalho indigno. A perda da esposa o reconduz à reconciliação com a música que aprendera por insistência do pai. Junto ao violoncelo, encontra uma pedra embrulhada (pedra-mensagem). Quando criança, o pai lhe contara que antes da invenção da escrita, os antigos procuravam uma pedra que expressasse seus sentimentos e a brindavam aos seus entes queridos. Podiam, dessa forma, ler os sentimentos do outro pelo peso e textura.

A dificuldade estabelecida em vida com o pai só tem desfecho com sua morte, quando está acondicionando e purificando o corpo. Ao abrir a mão direita, encontra a pedra que ele havia dado ao pai quando criança. Compreende que ele estava em seu coração até o último momento. Era hora de perdoar as escolhas do pai perdoando-se, pois o mistério da morte se vislumbra no coração da vida e ela é uma oportunidade aberta a todos para a necessária mudança cotidiana de rota, mesmo que seja a última da frágil condição humana.

A Partida é um fio condutor para a reflexão de um tema definitivo, mas não oferece receita pronta, cada um tem que caminhar o seu próprio caminho passo a passo, é um convite a repensar qual o sentido que damos aos parcos dias que vivemos.


REFERÊNCIA:

A PARTIDA. Diretor: Yojiro Takita.
Elenco: Masahiro Motoki, Tsutomu Yamazaki, Ryoko Hirosue, Kazuko Yoshyuki, Kimiko Yo, Takashi Sasano.
Direção: Yojiro Takita
Gênero: Drama
Duração: 130 min.
Distribuidora: Paris Filmes
Sinopse: 'A Partida' conta a história de um violoncelista que volta à cidade natal com a esposa depois que a orquestra onde toca é dissolvida. Lá, começa a trabalhar como funcionário funerário e fica extremamente orgulhoso de sua nova profissão, apesar das críticas dos que o rodeiam.
Curiosidades: Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrnageiro de 2009.



http://www.youtube.com/watch?v=0zvE-67leiw&feature=player_embedded#at=18

Postado por: *Maria Emília - Psicóloga, Terapeuta Comunitária e Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Aluna especial do Programa de Pós-Graduação do Doutorado em Educação pela Universidade de Brasília (UNB)

email: emilia.bottini@gmail.com.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

RE - UTILIZAÇÃO-CICLAGEM - dicas de Marcelo Rosenbaum

Horta vertical de garrafas PET, da casa da Família Rodrigues, no Lar Doce Lar (Rede Globo - programa Caldeirão do Hulk), em Itaim Paulista, SP.
 
Todas as dicas abaixo estão no site:

  ".......As garrafas plásticas podem ser reaproveitadas para cultivar vegetais de pequeno porte, temperos e ervas medicinais, presas em muros e paredes ou apoiadas em suportes de diferentes materiais. A idéia é aproveitar pequenos espaços e materiais de baixo custo para montar hortas em casas, apartamentos ou mesmo no local de trabalho. É uma forma popular de se apropriar de técnicas já existentes sustentáveis, viáveis e econômicas.

MATERIAL

- Garrafa PET de 2 litros vazia e limpa;
- Tesoura
- Corda de varal, cordoalha, barbante ou arame
- Para os que optarem por cordoalhas ou arames, serão necessárias duas arruelas por garrafa PET
- Terra
- Muda de planta

MODO DE FAZER

Corte a garrafa PET, como na foto abaixo.


Para fixar as garrafas, devemos fazer dois furos no fundo da garrafa e dois na parte superior da garrafa. Dá pra entender direitinho olhando bem a foto acima. Além dos furinhos para passar a corda, é necessário um pequeno furo no fundo da garrafa. A água usada para regar a muda precisa escoar.

Depois disso, passe a corda por um furo e puxe pelo outro.

Muitas pessoas nos perguntaram como fazer para as garrafas não “escorregarem” pela corda (ou barbante, ou cordoalha). Obrigado pela colaboração e participação. Pensando nisso, elaboramos dois desenhos, com duas sugestões.

                  Para quem usar corda de varal ou barbante:


Para quem usar cordoalha ou arame:


Depois, basta esticar e fixar a corda na parede.

terça-feira, 5 de julho de 2011

DESENHANDO MODA COM: - Jacqueline de Alcantara

Tenho uma amiga super querida aqui em Brasília, que se chama Jackie. Finalmente ela lançou seu blog sobre moda e DESENHOS DE MODA. Convidos vocês a conhecerem e ficarem por dentro da história da moda, tendências, croquis  e muito mais.

arte: Jacqueline de Alcantara

arte: Jacqueline de Alcantara

Release do blog: Arte Ilustre

O desenho é uma linguagem da comunicação, em maioria não verbal que possibilita a expressão de idéias visuais não concretizadas. O desenho de moda pode ser dividido em três modalidades: desenho técnico, croqui e ilustração.

Em uma diferenciação simples, o desenho técnico pretende demonstrar o produto de moda de forma clara e objetiva. A precisão é justificada pelo seu emprego na produção em escala industrial. Já o croqui é a linguagem que o estilista ou designer utiliza para comunicar as suas idéias, suas criações que ainda não foram concretizadas. Já maior liberdade de criação, sem a necessidade de tanto rigor técnico, entretanto deve-se atentar para os detalhes como os tecidos, caimento, etc. Por fim, a ilustração de moda carrega em si os traços do tempo onde está inserida, interpretando sua época e experimentando novas técnicas e conceitos.

Neste blog, vamos fixar no estudo da ilustração de moda, desde os primórdios até os artistas e técnicas atuais. Iniciaremos com o trabalho de Wenceslaus Hollar, que atuou em meados do século XVII, passando pelos colaboradores das principais revistas femininas do século XVIII até os ilustradores da Vogue – como George Barbier, Charles Martin, Paul Iribe, entre outros – que atuaram em meados do século XIX e XX e foram uma das maiores expressões da Art Nouveau na moda.
Boa leitura!

acesse aqui: http://jackiealcantara.blogspot.com/

arte: Jacqueline de Alcantara

Cursos:
Desenho de Moda e Ilustração
Casa das Artes
CLN 102
(61) 3031.6615 / 3031.6600

MS Desenhos
CLS 116
61 3345.8019

Progettare - Arquitetura e Design
Lago Sul
(61) 3248.0077 / 3248.7080

SENAI - Unidade Taguatinga – DF
Área Especial nº 2 Setor C Norte
(61) 3353.8700

Modelagem e Costura para Bolsas
Customização
Atelier Jacqueline de Alcantara
(61) 3301 1829

sábado, 2 de julho de 2011

RADAR: ARTE TERAPIA com IRENE ESPÍNDOLA

A arte como terapia

"A arteterapia é um recurso artístico aplicado em situações terapêuticas Sabe-se que a arte é uma forma de expressão humana desde a Idade da Pedra e que responde a uma necessidade individual e social. O termo “arte” refere-se de modo geral a diversas linguagens artísticas. A atividade pode ser reveladora e proporcionar reflexões e insights.

O termo “arteterapia”, todavia, designa um trabalho de profissionais que utilizam as “artes” como recurso terapêutico. É uma prática que usa os diversos canais expressivos das artes, como música, teatro, literatura, fotografia, dança, expressão corporal e, em especial, as artes plásticas como facilitadores do acesso ao universo simbólico e imaginário do ser humano.

Como se vê, é um campo com especificidade própria e não apenas a junção de conhecimentos de arte e psicologia. É preciso uma formação com corpos teórico e metodológico próprios. Há necessidade de conhecimento das relações entre processos criativos, terapêuticos e de cura, com técnicas fundamentadas em conceitos teóricos com vivência pessoal e prática supervisionada por professores capacitados e com experiência na área.

A arteterapia acessa e normalmente abre canais de expressão e elaboração de conteúdos internos, permitindo novas e positivas descobertas, dissolução de conflitos emocionais e psicológicos, sendo indicada para todas as pessoas que tenham sofrimento interno ou que vivenciem doenças, traumas, lutos ou dificuldades na vida. É indicada também para pessoas que desejem ampliar o conhecimento de si e dos outros, elevar sua autoestima, lidar com sintomas de estresse ou para apenas desfrutar do prazer revitalizador do fazer artístico. Com diz Fayga Ostrower, “Criando o homem se recria”.

Tanto adultos, idosos, crianças e adolescentes são beneficiados não só em doenças, mas na promoção da saúde. Nas doenças, a arteterapia atua especialmente quando a linguagem verbal é muito crua e dura para expressar experiências traumáticas e dolorosas. A imagética e a linguagem simbólica e metafórica permitem melhor expressão.

Princípios terapêuticos

A arteterapia difere de outras formas de trabalho com artes, porque tem fins e objetivos próprios, fundamentada em princípios terapêuticos específicos que norteiam a prática artístico-criativa, proporcionando experiências de criação, de autoconhecimento e crescimento pessoal, pelo desenvolvimento da personalidade, sob o olhar e a orientação do arteterapeuta com formação específica.

O eixo de construção da formação do Instituto da Família (Infapa), de Porto Alegre, e da Sedes Sapientiae, de São Paulo, é a abordagem gestáltica, que, em arteterapia, dá ênfase na relação terapêutica em que se percebe reações, privilegia o olhar fenomenológico, enfatiza a relação com o cliente, prioriza a atenção à presença e comportamento verbal e não-verbal do cliente, visa a qualidade do contato, o relacionar-se com o material, as cores e as formas.

Também dirige a atenção para sentimentos, sensações e intuições que conduzem a insights significativos, dando maior valor ao processo criativo em si e menos ao resultado estético da obra. E ainda estabelece uma postura dialógica profunda, levando o cliente a estar presente no aqui e agora.

O papel do arteterapeuta

Nessa abordagem, que pode ser em grupo ou focal, o arteterapeuta serve de guia, facilitador e incentivador da busca, sugerindo experimentos e auxiliando na descoberta de novos caminhos, sustentando que o cliente pode ser agente da própria saúde e encontrar sentidos relevantes de vida. O arteterapeuta não interpreta o trabalho, apenas ouve do cliente o significado que ele próprio encontra, provocando e incentivando sua verbalização.

Impossível, no entanto, falar em arteterapia sem revermos brevemente a sua história no Brasil e no mundo. Surgiu nos Estados Unidos como profissão após a Segunda Guerra Mundial, iniciada por Margareth Naumburg, professora de arte em escolas de vanguarda em Nova York. Ela percebeu como a arte ajudava crianças e adolescentes em seus processos de desenvolvimento pessoal. Nas décadas de 30 e 40, explorou a eficácia do trabalho com arte no campo da psicoterapia e da psiquiatria. Em 1947, publicou sua primeira pesquisa e, desde então, este campo se desenvolveu e ramificou em várias linhas e escolas.

No Brasil, surge no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em São Paulo, com estudos do médico psicanalista Osório César, que criou a Escola Livre de Artes Plásticas para tratar pacientes psiquiátricos no Hospital. Destaca-se também a importância de Nise da Silveira, psiquiatra Junguiana, que, em 1946, criou Atividades Expressivas Espontâneas no Hospital D. Pedro 2º, no Rio de Janeiro. Ela via o trabalho criativo como uma força curadora. Em 1952, ela funda o Museu de Imagens do Inconsciente no Rio, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos em modelagem e pintura, valorizando-os como documentos que abrem novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior do esquisofrênico.

Posteriormente, no Brasil, em 1982 no Rio de Janeiro, Angela Phillipini fundou a Clínica Pomar, com abordagem Junguiana. Selma Ciornai, em São Paulo, criou e coordenou Curso de Especialização em Arteterapia, com início em 1989, com abordagem gestáltica e fenomenológico-existencial no Instituto Sedes Sapientiae, estendendo-se para o Infapa, em Porto Alegre, de onde vem minha formação.

A arteterapia com pacientes da oncologia pediátrica tem a sua especificidade e métodos próprios. Os exercícios meditativos e respiratórios são importantes como meio para aliviar a realidade tão doída e as tensões que advêm da dor. Por meio de vivências de meditação conduzida, ensina-se também o cliente a transitar pela fantasia para aliviar o que se torna às vezes incontrolável.

O uso da expressão plástica, do brinquedo e do desenho muda o foco da doença e leva-os a momentos de criação em que se estabelece uma fala com os pincéis e a tinta, possibilitando-lhes a verbalização do que não pode ser dito com palavras.

Nem sempre é possível intervir de modo a reverter o curso da doença. Na oncologia, transitamos entre possibilidades e limitações. O papel do arteterapeuta é de acompanhar o cliente até onde ele vai, dando-lhe suporte que lhe possibilite um entendimento da situação e para que ele encontre um sentido para a experiência que vivencia.

*Artista plástica e especializada em arteterapia pelo Instituto da Família (Infapa) em convênio com o Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo. Também fez estágio em arteterapia no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e no Centro de Convivência Turma do Ique, que trabalha com crianças com câncer."

* IRENE ESPÍNDOLA

Fontes de consulta

- ‘Arteterapia Gestáltica: Uma Abordagem Fenomenológico-Existencial’, de Selma Ciornai. 7º Congresso Internacional de Psicopatologia da Expressão. Rio de Janeiro, 1998

- ‘Percursos em Arteterapia’, de Selma Ciornai. Editora Summus Editorial, 2005

FONTE: http://www.oficiocriativo.com.br/?p=772#content